Numa tarde de chuva...

Gotas de chuva molham a janela do quarto inundando, concomitantemente, as minhas lembranças nostálgicas. Então viajo no tempo, refazendo trilhas do passado.
Penso na chuva como uma presença constante em minha vida, como coadjuvante que contribuiu para a perpetuação das minhas euforias, decepções, trazendo-me remanescente de mim mesma.
Sinto saudades da época em que brincava nas poças de lama, que a chuva criava nos meses de Janeiro. O aroma das folhas molhadas que podia sentir por toda varanda. O biscoitos criados por minha mãe, com o café feito na hora. Esse é uma das recordações, mais agradável em minha mente. Contudo, reluto esquecer as dores que a chuva trouxe em minha vida.
Como pode que a tempo, possa deixar-me tão conturbada comigo mesma? Pensar em meus atos não tão distantes, muitas vezes me dilacera, deixando o pesar de muitas escolhas erradas que fiz pairadas no ar.