“Aí que tédio!”, Lucas já estava cansado de ficar sentado olhando para aquele rio há tanto tempo e até agora nenhum peixe. Ele não conseguia entender, pois havia feito tudo como seu pai havia o ensinado, e já se passara mais de duas horas e nada.
“Pai, já estou cansado de ficar sentado aqui, olhando para esse monte de água e sem pescar nada, a única coisa que ta pescando aqui são essas malditas muriçocas em minhas pernas.”
Seu pai riu, e como um flashback, lembrou-se da mesma conversa que havia tido há muitos anos com seu pai, quão valioso ensinamento recebera neste dia, e assim começou a citar para seu filho, que o olhava inquieto:
“Meu filho, uma vez seu avô me disse algo em que até hoje sigo fielmente em minha vida, a arte de pescar não é pegar o peixe, mas sim ter a paciência de esperá-lo. Você já deve ter ouvido de sua mãe a frase que “a pressa é a inimiga da perfeição”, por mais clichê que seja, é o aprendizado mais valioso para levar para o resto de sua vida. Poderíamos muito bem bater tarrafa e pegar todos os peixes do local, mas o que isso traria de benefício, além de colaborar com a extinção da natureza? Você não aprenderia que na vida se tivermos a técnica para dribla as dificuldades, a força de espírito para continuar lutando e a paciência para esperar o momento certo, sempre no final teríamos uma grande recompensa.”
Neste momento seu pai acabara de pegar um grande peixe, de quatro quilos, e assim, Lucas percebeu que por mais que seu velho às vezes filosofava demais, suas palavras estavam certas, pois se ele fosse paciente para esperar o momento oportuno, sem perceber seus sonhos começariam a acontecer. Então sem mais nenhuma reclamação Lucas sentou ao lado de seu pai, e compartilharam boas conversas fiadas a voz de um sabiá longo em frente.